A tecnologia 5G completou três anos de implantação no Brasil, alcançando 100% das metas estabelecidas para sua expansão. Atualmente, mais de mil municípios brasileiros têm acesso ao 5G, beneficiando cerca de 47,2 milhões de usuários e cobrindo mais de 70% da população do país. A primeira cidade a receber a tecnologia foi Brasília, em julho de 2022, e o estado de São Paulo lidera em cobertura, com mais de 10,2 mil antenas instaladas em 622 municípios, o que corresponde a 25% do total nacional. Por outro lado, o Acre possui o menor número de antenas 5G, com 169 distribuídas em cinco cidades[2].
Mesmo com esse avanço, existe o desafio da legislação desatualizada em muitas cidades, que dificulta a ampliação das redes 5G, pois essa tecnologia requer cinco vezes mais antenas do que o 4G para funcionar eficientemente. Isso evidencia a importância de uma atualização regulatória para acelerar a sua implementação e beneficiamento da população[2].
Paralelamente, o Brasil está investindo significativamente em data centers voltados para inteligência artificial (IA). Esses centros de dados são enormes estruturas que abrigam servidores de alta capacidade para processamento de dados e treinamento de modelos complexos, como os usados em assistentes virtuais e aplicativos avançados. Atualmente, o Brasil possui 188 data centers focados em cloud computing, ocupando o 12º lugar mundial nesse setor, mas ainda está em fase inicial na implantação dos data centers voltados para IA, com pelo menos quatro projetos confirmados em diversas regiões do país. Estes projetos destacam a necessidade de sistemas eficientes de refrigeração, geralmente utilizando água subterrânea, além de uma elevada demanda por energia, equivalente ao consumo de milhões de residências[3].
Este cenário coloca o Brasil numa encruzilhada importante entre o digital e o sustentável. A expansão da infraestrutura tecnológica, especialmente com foco na IA, deve caminhar alinhada à sustentabilidade ambiental. A matriz energética predominantemente limpa do país oferece uma vantagem competitiva para posicioná-lo como um hub global de data centers verdes, com baixo impacto ambiental e alta eficiência energética. Especialistas defendem que essa expansão pode alavancar o desenvolvimento socioeconômico brasileiro, reduzindo a dependência do processamento de dados no exterior e fomentando inovação local. A sustentabilidade no setor tecnológico é essencial para garantir que o crescimento digital não agrave as desigualdades ou prejudique o meio ambiente[4].
Em meio a esses avanços, o Brasil também mantém diálogo intenso com grandes empresas de tecnologia internacionais para fortalecer o ecossistema digital local e criar um ambiente regulatório seguro, inovador e economicamente atrativo. Recentemente, o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com as principais big techs dos Estados Unidos para discutir temas como inovação tecnológica, segurança jurídica e oportunidades econômicas. Ele destacou o potencial do Brasil em se tornar líder mundial em data centers, apontando para a energia renovável e barata do país como um diferencial competitivo estratégico[5].
Esses movimentos marcam um momento crucial para o Brasil na consolidação de sua infraestrutura digital, aliado a um compromisso crescente com a sustentabilidade e a inovação. A combinação dessas tendências fortalece o país para enfrentar os desafios futuros, impulsionar a economia digital e garantir que as novas tecnologias tragam benefícios amplos à população.