Estratégia da Apple impulsionou China e criou sua própria concorrência.

Estratégia da Apple impulsionou China e criou sua própria concorrência.
Estratégia da Apple impulsionou China e criou sua própria concorrência.

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A Apple chegou à China no início dos anos 2000 com a intenção de aproveitar a mão de obra barata para fabricar seus produtos de forma mais rápida e econômica. A parceria com a Foxconn, firmada em 2002, permitiu que a empresa reduzisse custos e prazos, especialmente na montagem do iMac G4. No entanto, essa estratégia teve um efeito colateral inesperado: ao investir massivamente em treinamento, maquinário e processos de produção, a Apple acabou contribuindo para o desenvolvimento industrial e tecnológico da China. Entre 2016 e 2021, a empresa investiu cerca de 275 bilhões de dólares nesse ecossistema. Essa transferência de conhecimento ajudou milhões de trabalhadores chineses a se qualificarem, elevando a capacidade produtiva e de inovação do país[1][2].

Com o tempo, a indústria chinesa não se limitou a fabricar produtos para a Apple. Empresas locais, como Xiaomi e Huawei, começaram a diversificar sua produção, expandindo para setores de alta tecnologia, incluindo carros elétricos e drones, tornando-se concorrentes globais e superando até seus antigos parceiros ocidentais. O que inicialmente era uma estratégia para reduzir custos tornou a China uma potência dominante tecnológica e industrial. O governo chinês, junto com grandes fabricantes, absorveu o conhecimento repassado pela Apple e usou essa base para promover sua independência e liderança em tecnologias emergentes[1][2].

Apesar de parecer um erro estratégico da Apple, essa aproximação foi parte de uma necessidade real: produzir em larga escala, com qualidade e eficiência. Contudo, o lado negativo veio da dependência econômica criada, que hoje força a Apple e outras grandes empresas ocidentais a buscarem alternativas. Recentemente, a Apple tem acelerado a transição de parte de sua produção para outros países, especialmente a Índia, onde já representa 15% da produção global de iPhones, com previsão de chegar a 25% até 2027. Esse movimento visa diversificar a cadeia de suprimentos, mitigar riscos geopolíticos e reduzir a dependência da manufatura chinesa, que vem enfrentando aumento de salários e tensões políticas[5].

A situação evidencia um paradoxo: ao buscar custos mais baixos e rápida produção na China, a Apple ajudou a criar a concorrência que hoje desafia sua liderança. Essa experiência serve de alerta para empresas ocidentais e governos, que precisam repensar suas estratégias industriais e tecnológicas diante da ascensão acelerada da China e da complexa realidade econômica global[1][2][4].