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Você já pensou em ter um pedaço de Marte na sua sala? Antes de responder, pense friamente: você preferiria uma rocha vinda de outro planeta ou um supercarro do ano? O maior fragmento de Marte já encontrado na Terra, conhecido como NWA 16788, foi vendido nesta semana por 5,3 milhões de dólares em um leilão realizado pela Sotheby’s, em Nova York. Isso é mais do que o valor de muitos carros de luxo, superesportivos e até mansões em cidades grandes[2][4].
O meteorito foi descoberto em novembro de 2023, em uma região remota do deserto do Saara, no Níger, por um caçador de meteoritos. Ele pesa 24,5 quilos e tem quase 38 centímetros de comprimento, sendo cerca de 70% maior que o segundo maior fragmento marciano conhecido[3][4]. Para se ter uma ideia do achado, este pedaço sozinho representa aproximadamente 7% de todo o material marciano já encontrado na Terra até hoje[2][4].
O destaque não é só o tamanho, mas também a história por trás da rocha. Há cerca de 5 milhões de anos, um impacto gigantesco ocorreu na superfície de Marte, lançando pedras para o espaço, que viajaram aproximadamente 225 milhões de quilômetros até atingirem nosso planeta[1][4]. Ao entrar na atmosfera terrestre, a superfície do meteorito derreteu, formando uma crosta vítrea típica, conhecida como crosta de fusão, que lhe confere uma coloração única, como se tivesse saído de um filme de ficção científica[3]. O interior da rocha foi analisado em laboratório e confirmado como sendo do tipo “shergotita olivina-microgabroica”, resultado do resfriamento lento do magma marciano, o que faz com que ela contenha uma porcentagem expressiva de maskelinita, um vidro formado pelo intenso calor e pressão do impacto que a arrancou de Marte[3].
A raridade do objeto é tamanha que, até hoje, apenas cerca de 400 meteoritos marcianos já foram identificados na Terra. A chance de uma rocha marciana chegar até aqui é considerada extremamente baixa, tornando o NWA 16788 ainda mais especial para colecionadores, museus e apaixonados por ciência[3].
O leilão chamou a atenção de investidores e entusiastas de todo o mundo, com lances intensos durante 15 minutos até o valor final ser alcançado, estabelecendo um novo recorde para meteoritos[4]. Quem se tornou o novo dono do pedaço do Planeta Vermelho preferiu ficar anônimo, mas agora pode dizer que possui literalmente um fragmento da história do nosso sistema solar.
E a pergunta fica: se você tivesse essa quantia para investir, escolheria a pedra marciana ou um supercarro cheio de tecnologia? O valor vai além do dinheiro: é uma oportunidade única de segurar nas mãos um pedaço de um mundo distante, testemunha de eventos geológicos antigos e de uma viagem interestelar de milhões de anos. Cada arranhão, cada detalhe da superfície dessa rocha conta uma história que desafia a imaginação e nos lembra o quanto somos pequenos diante da imensidão do universo.
Além disso, meteoritos marcianos são considerados objetos científicos de extrema importância, pois permitem o estudo detalhado da composição do solo e da história geológica de Marte, complementando as informações coletadas por robôs e sondas enviadas ao planeta. Ou seja, esses objetos não são apenas relíquias raras, mas também peças fundamentais para a ciência planetária.
E você, o que prefere: a experiência de possuir um pedaço do cosmos ou o desejo de velocidade e modernidade de um carro potente? Independente da escolha, o leilão do NWA 16788 mostrou que o fascínio por Marte e pelo desconhecido continua a nos encantar e a mover o mundo dos colecionadores e dos curiosos pela ciência.
