A Geração Z, nascida entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2010, tem uma relação paradoxal com a tecnologia: são especialistas em aplicativos e ferramentas digitais modernas, mas demonstram dificuldades com tecnologias consideradas obsoletas, como computadores antigos, sistemas legados ou aparelhos eletrônicos tradicionais. Essa característica está enraizada no fato de que esses jovens cresceram em um ambiente digital altamente dinâmico, com acesso quase exclusivo a plataformas móveis e interfaces intuitivas, o que molda suas habilidades e preferências tecnológicas.
Esse fenômeno vai além da simples familiaridade com gadgets modernos — a Geração Z desenvolveu uma mentalidade própria sobre o uso da tecnologia. Eles valorizam a flexibilidade, a praticidade e a rapidez que as ferramentas digitais oferecem, preferindo soluções facilmente acessíveis via smartphones e aplicativos. Contudo, essa especialização muitas vezes cria um hiato em seu conhecimento de ferramentas que ainda compõem a infraestrutura de muitas empresas e processos industriais, como programas mais antigos ou equipamentos menos amigáveis ao usuário.
No contexto profissional, essa dualidade gera desafios para as empresas, que precisam adaptar seus processos de recrutamento e treinamento para integrar esses jovens talentos de forma eficaz. A Geração Z traz inovação, adaptabilidade e fluência digital, mas também requer apoio para entender sistemas legados e tecnologia tradicional[1]. Além disso, a busca dessa geração por trabalhos que tenham propósito, flexibilidade e possibilidade de aprendizado contínuo tem impulsionado uma transformação cultural no mundo corporativo, onde o modelo de emprego tradicional é questionado e o trabalho fluido e dinâmico ganha força[3].
Com a evolução acelerada das tecnologias, principalmente com o avanço da inteligência artificial e a transformação digital da indústria 4.0, o futuro do trabalho exige a combinação das habilidades digitais avançadas da Geração Z com uma base sólida em tecnologias diversas, incluindo as mais antigas. Essa transversalidade será decisiva para garantir a empregabilidade e o sucesso desses jovens profissionais diante das rápidas mudanças no mercado[1][3].
Empresas e instituições educacionais já estão atentos a essa realidade e promovendo ações para alinhar o perfil desses jovens às demandas atuais e futuras, investindo em uma formação que contemple tanto a inovação tecnológica quanto a compreensão das ferramentas legadas e estruturas já existentes[1]. Assim, será possível aproveitar plenamente o potencial da Geração Z, que é uma das forças propulsoras da revolução digital e da nova cultura do trabalho, ao mesmo tempo em que minimiza as limitações que sua familiaridade restrita com tecnologias antigas pode impor.
Esse cenário reforça a necessidade de um olhar mais integrado sobre abordagem tecnológica, unindo o melhor do novo e do tradicional para construir um ambiente produtivo, inovador e inclusivo.
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Compreender essa dinâmica ajuda a valorizar a Geração Z não apenas como consumidores ou usuários nativos digitais, mas como agentes ativos que moldam o futuro do trabalho, cultura e educação, exigindo adaptação e inovação dos ambientes corporativos e acadêmicos.
