Masashi Kishimoto, criador da icônica série Naruto, recentemente falou sobre uma mudança que dividiu opiniões entre os fãs, mas que ele acredita ter sido a decisão correta para a evolução da franquia. Em uma entrevista concedida durante o evento KONOHA EXPERIENCE em Paris, Kishimoto explicou que, embora tenha criado o conceito inicial e a história para Boruto, o mangá sequência de Naruto, o controle criativo foi transferido para Mikio Ikemoto, que agora é responsável pelo desenvolvimento do enredo e pela ilustração principal do mangá. Essa mudança causou surpresa e até rejeição em parte do público, que achava que Kishimoto deveria estar totalmente à frente da obra, mas para ele, essa delegação foi fundamental para renovação e frescor da narrativa[1][4].
No processo de criação de Naruto, Kishimoto não somente cuidava da história, mas também das ilustrações principais, enquanto Ikemoto dava suporte nas artes secundárias, como fundos e figuras de sombra (shadows doppelgangers)[4]. Em Boruto, porém, Ikemoto está completamente no comando, desenvolvendo enredos que, aos poucos, se distanciaram da linha original traçada por Kishimoto, trazendo novos personagens e alterando os destinos de figuras já conhecidas para manter a história mais interessante e relevante[1].
Essa transformação reflete uma transição que muitos criadores fazem ao ampliar uma franquia tão grande como Naruto, que vendeu mais de 250 milhões de cópias e conquistou fãs em 46 países. Desde o início, Kishimoto sempre buscou equilibrar ação realista e personagens convincentes, combinando sua própria visão de infância com a fantasia dos ninjas, criando um universo rico e único[2][5]. A abertura para outros criadores como Ikemoto permite a expansão desse universo sem perder a essência, apesar do choque inicial causado nos fãs mais tradicionais.
Além disso, Kishimoto revelou que sua participação atual é mais do tipo supervisora, dando aprovação e orientações, mas deixando a liberdade criativa para Ikemoto explorar novas possibilidades narrativas. Essa confiança culmina em um Boruto que cresce como obra independente, adequada ao público atual e aos novos tempos[1][4].
Para os fãs de Naruto e Boruto, essa mudança representa tanto um desafio quanto uma oportunidade: aceitar que o universo criado por Kishimoto pode evoluir através de novas mãos, mantendo a qualidade e o envolvimento emocional, mas renovando ideias e personagens para não se tornar repetitivo. Essa abordagem é uma forma de respeitar o legado original, mas também de promover inovação dentro de um mundo já consagrado[1][4][5].
Por fim, a experiência de Kishimoto e Ikemoto destaca a importância da colaboração em grandes projetos e a necessidade de adaptação contínua para que obras de grande sucesso artístico e comercial possam continuar relevantes, alimentando a paixão de fãs antigos e atraindo novos públicos em todo o mundo.
