Um dos bordões mais icônicos do cinema e da cultura popular brasileira completa quase 40 anos, sendo usado até hoje em competições e referências culturais. A frase “tô certo ou tô errado?”, criada e eternizada por Lima Duarte no papel de Sinhozinho Malta na novela clássica “Roque Santeiro”, é um exemplo marcante desse legado[1]. Essa expressão, acompanhada do gesto característico do personagem sacudindo o punho cheio de pulseiras de ouro, simbolizava o poder e a autoridade do fazendeiro — um recurso inventado por Lima para adaptar o personagem às limitações técnicas do som na época[1].
Lançada pela primeira vez em 1985, após uma longa censura da Ditadura Militar, “Roque Santeiro” é reconhecida como uma das maiores novelas da televisão brasileira, e esse bordão marcou para sempre a maneira como o personagem e a trama são lembrados[1]. Curiosamente, a frase nasceu também de um problema técnico: como Lima Duarte mexia muito as mãos, o som captado pelo microfone se confundia com o barulho das pulseiras. Para contornar isso, ele decidiu incorporar o som e o gesto na personalidade do personagem. Esse bordão, além de se popularizar no Brasil, transcende, tornando-se uma marca registrada em debates, competições e situações cotidianas onde se busca afirmar uma opinião com firmeza.
Além da força cultural da frase, “Roque Santeiro” teve papel importante na abertura para temas mais críticos e provocativos na televisão brasileira, enfrentando a censura da época e influenciando produções futuras. A criação dessa frase mostra como detalhes pequenos podem se tornar grandes símbolos quando combinados ao talento de um ator e à relevância da obra.
Assim, essa frase representa não apenas um momento histórico da televisão, mas também como o cinema, a TV e a cultura popular brasileira conseguem transformar elementos simples em fenômenos duradouros, influenciando gerações e até mesmo outras áreas, como competições e debates, em que a assertividade e o carisma são fundamentais.
