Nos últimos meses, a indústria dos jogos eletrônicos tem observado um movimento significativo em direção ao ressurgimento dos RPGs por turnos, especialmente após o sucesso fenomenal de Clair Obscur: Expedition 33. Desenvolvido pela Sandfall Interactive, um estúdio formado por ex-funcionários da Ubisoft, este jogo é uma homenagem aos JRPGs clássicos dos anos 90 e 2000, como Final Fantasy VIII. Sua mecânica inovadora, que combina combates por turnos com elementos de ação nos botões para ataques e defesas, além de ampla personalização, conquistou mais de três milhões de jogadores em apenas dois meses desde seu lançamento, além de estar sendo apontado como um forte candidato a jogo do ano em 2025.
Este sucesso não passou despercebido pela Square Enix, uma das maiores desenvolvedoras e publicadoras do gênero, responsável por franquias icônicas como Final Fantasy e Dragon Quest. Em sua recente reunião com acionistas, a empresa reconheceu a popularidade de Clair Obscur e afirmou que os RPGs por turnos constituem a origem e a essência da companhia. A Square Enix reforçou o compromisso de continuar investindo e lançando jogos com esse estilo de combate, mesmo enquanto suas produções mais recentes, como Final Fantasy 16, seguem uma direção mais voltada para a ação em tempo real, o que não atingiu as expectativas de vendas da empresa.
Além disso, a Square Enix destacou que está equilibrando o desenvolvimento entre títulos de alta qualidade e produções de médio porte, mantendo a qualidade sem comprometer a frequência dos lançamentos. Franquias clássicas como Dragon Quest têm passado por remakes em HD-2D que preservam seu combate por turnos, enquanto jogos como Octopath Traveler continuam a explorar essas raízes com sucesso comercial e crítico.
A evolução recente do mercado mostra que o público valoriza tanto a nostalgia quanto a inovação dentro do gênero dos RPGs por turnos. O interesse renovado nesse estilo é alimentado por jogos que mantêm as mecânicas tradicionais, mas que as combinam com novas dinâmicas e narrativas envolventes, como provado por Clair Obscur e Octopath Traveler. Esta tendência também indica uma oportunidade para grandes estúdios, incluindo a Square Enix, revisitarem seus jogos mais tradicionais, oferecendo experiências que misturam a profundidade tática dos combates por turnos com a modernidade gráfica e narrativa dos dias atuais.
Na comunidade de jogadores, essa discussão é muito ativa, com fãs pedindo que os próximos títulos principais de Final Fantasy e Dragon Quest retornem ao sistema clássico de combate por turnos, reforçando o apelo nostálgico, mas também estratégico, deste formato. A Square Enix, por sua vez, se mostra atenta a essas demandas, prometendo novidades para os próximos anos que certamente agradarão quem valoriza o charme e a complexidade dos RPGs por turnos.
Portanto, estamos diante de um cenário promissor para os fãs do gênero, que pode marcar uma verdadeira retomada da tradição dos jogos de RPG por turnos, combinando a essência que tornou esses títulos inesquecíveis com as possibilidades tecnológicas e narrativas modernas para alcançar uma nova geração de jogadores.