Alan Weslley Games Noticias tech, Mobile, Notícias, Tech, Google, Xiaomi, mobile Xiaomi constrói HyperOS para reduzir dependência de serviços Google.

Xiaomi constrói HyperOS para reduzir dependência de serviços Google.

Xiaomi constrói HyperOS para reduzir dependência de serviços Google.

Xiaomi constrói HyperOS para reduzir dependência de serviços Google.

Durante muitos anos, os celulares Xiaomi se destacaram por oferecer uma experiência Android diferenciada, com uma abordagem que permitia contornar a dependência dos serviços do Google de forma fácil e eficiente. Isso ocorreu principalmente porque a Xiaomi, desde seus primeiros dispositivos, utilizava o Android Open Source Project (AOSP) como base, que é a versão de código aberto do Android, permitindo personalizações e a inclusão de sua própria camada de software, a MIUI. Essa interface, mesmo trazendo muitos recursos e customizações, permitia uma certa flexibilidade para fugir parcialmente da dependência direta dos serviços da Google, como a Play Store e o Google Mobile Services (GMS).

Por muito tempo, a Xiaomi também se beneficiou do fato de seus dispositivos serem populares em mercados onde os serviços Google enfrentavam restrições, como na China, abrindo espaço para o desenvolvimento paralelo de um ecossistema próprio, baseado no AOSP com aplicativos e lojas alternativas. Nesses mercados, a ausência dos serviços Google não era um problema, e a MIUI disponibilizava ferramentas próprias para manter a usabilidade.

Entretanto, essa dinâmica começou a mudar devido a fatores geopolíticos e estratégicos globais. Com o recrudescimento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, especialmente após as sanções aplicadas à Huawei durante o governo Trump, outras fabricantes chinesas, incluindo a Xiaomi, passaram a estudar alternativas para reduzir sua dependência do Google e do Android tradicional. A Huawei, após o bloqueio, desenvolveu seu próprio sistema operacional, o HarmonyOS, totalmente desvinculado dos serviços Google, reforçando a possibilidade e viabilidade de sistemas alternativos.

Atualmente, a Xiaomi está desenvolvendo o HyperOS 3, uma versão do sistema operacional que não se baseia mais no Android puro e que busca criar um ambiente próprio, possivelmente sem os serviços Google. Rumores indicam uma possível colaboração entre Xiaomi, Huawei e a BBK (empresa controladora da OPPO, Vivo e OnePlus) para a criação de um ecossistema Android independente do Google, com uma loja de aplicativos própria e serviços alternativos. Essa mudança representa uma tentativa clara de diminuir a dependência do monopólio da Google no mercado global de smartphones.

Todavia, a Xiaomi não planeja abandonar completamente o Android. A tendência é uma transição gradual, onde o Android se torne a base técnica aberta, mas com serviços e funcionalidades próprias a tornarem a experiência do usuário menos ligada ao Google. Portanto, a experiência de fuga do Google que antes era mais simples devido à flexibilidade do AOSP e da MIUI começa a se tornar mais complexa, pois agora a Xiaomi busca construir sua própria plataforma, com um ecossistema fechado e independente. Isso torna o processo mais sofisticado e menos transparente ao usuário comum.

Além disso, essa mudança é estratégica para garantir autonomia tecnológica frente a possíveis bloqueios comerciais, como os que a Huawei sofreu, e para captar um mercado de consumidores que desejam alternativas ao domínio dos serviços Google, seja por questões políticas, econômicas ou de privacidad e controle de dados.

Portanto, o que antes era uma facilidade natural da arquitetura Android aberta e da MIUI está se transformando em um desafio técnico e comercial maior, que demanda investimentos, parcerias e a construção de um novo ecossistema de software. A Xiaomi deixa de ser um fabricante que apenas compartilhava a plataforma Android para se posicionar como uma empresa que cria uma plataforma independente, embora com raízes no Android.

Em resumo, a facilidade para “fugir do Google” nos telefones Xiaomi do passado está relacionada à utilização do AOSP e da interface MIUI, permitindo uma operação semi-independente dos serviços Google. Hoje, com mudanças no cenário político e de mercado, essa fuga está se tornando um processo mais estruturado e complexo, com a proposta de uma plataforma própria — o HyperOS — que ainda está em desenvolvimento, e que pretende diminuir a presença dos serviços Google de forma gradual, mas significativa. Essa foi a evolução natural da Xiaomi diante das pressões globais e da necessidade de autonomia tecnológica[1][2][4].

Sair da versão mobile