Durante muito tempo, a Xiaomi ofereceu uma experiência Android com menos dependência dos serviços do Google, o que facilitava aos usuários uma certa liberdade em relação ao ecossistema da gigante americana. A flexibilidade da MIUI, interface personalizada da Xiaomi, e algumas adaptações permitiam que certos modelos funcionassem bem mesmo sem integrações pesadas do Google, valorizando recursos proprietários da Xiaomi e facilitando o uso em mercados onde o Google tem restrições ou ausência.
Contudo, essa situação vem mudando em 2025, principalmente devido a estratégias recentes da Xiaomi para fortalecer seu ecossistema HyperOS, uma evolução da MIUI, e desenvolver aplicativos próprios que substituem os serviços do Google, como o novo discador HyperOS 3. Ao criar seus próprios apps integrados com serviços exclusivos, como Mi Cloud e armazenamento na nuvem da Xiaomi, a marca ganha maior controle, melhora a privacidade dos dados, já que não depende dos servidores do Google, e oferece recursos adicionais não disponíveis em apps padrão, como gravação de chamadas inteligente, filtros de spam regionais e identificação contextual de chamadas. Essa estratégia visa maior fidelização dos usuários e a consolidação de uma identidade única da marca para competir globalmente com Samsung e Apple.
Além disso, a Xiaomi tem buscado reduzir sua dependência dos Google Mobile Services (GMS), inspirada em movimentos semelhantes da Huawei com seu HarmonyOS e Huawei Mobile Services, em resposta a sanções que bloquearam o acesso da Huawei aos serviços Google. Rumores indicam até que Xiaomi, Huawei e outras empresas como Oppo, Vivo e OnePlus (do grupo BBK) estejam colaborando para desenvolver um ecossistema Android alternativo, sem o Google, o que poderia representar um desafio ao monopólio do sistema operacional Android tradicional.
Porém, é importante destacar que a eliminação total do Android da Xiaomi é improvável por enquanto. A marca tende a continuar usando a base do Android, mas privilegiando seus próprios serviços e reduzindo funcionalidades dependentes do Google. Isso permite que smartphones Xiaomi mantenham compatibilidade com os padrões globais ao mesmo tempo em que investem no desenvolvimento independente do Google, algo que pode trazer mais opções para o consumidor e maior autonomia para a empresa.
No geral, essa mudança reflete uma tendência do mercado global de smartphones, onde fabricantes buscam criar ecossistemas mais fechados e controlados, dando prioridade a serviços próprios, maior privacidade e recursos diferenciados, o que pode beneficiar usuários que desejam fugir da onipresença das plataformas Google, sem perder a experiência robusta que o Android oferece.
Ainda assim, o sucesso dessa transição depende da continuidade do suporte para atualizações, compatibilidade com apps populares e da aceitação dos usuários, que estão acostumados ao universo Google. Para quem escolhe Xiaomi em 2025, essa mudança representa uma nova fase no relacionamento com o sistema operacional e seus serviços, abrindo caminho para mais autonomia e inovação, mas também exigindo atenção às customizações e ao suporte pós-venda.
Seja na escolha de um aparelho até mil reais, nos modelos premium com suporte a eSIM, ou na integração do ecossistema Mi com wearables e dispositivos inteligentes, a Xiaomi vem consolidando uma posição forte no mercado brasileiro e global, investindo em soluções próprias para diminuir seu vínculo com o Google, promovendo um futuro onde o usuário tem mais controle e privacidade sem abrir mão da tecnologia avançada.
