Death Stranding 2: On the Beach, lançado em junho de 2025 para PlayStation 5, representa uma evolução criativa e temática profunda do universo original criado por Hideo Kojima. Embora sua história estivesse planejada antes da pandemia de COVID-19, Kojima revisitou e reescreveu completamente o jogo após vivenciar os impactos globais da crise sanitária. Essa reformulação reflete uma reflexão mais complexa sobre a conexão humana, indo além do medo inicial de isolamento social para explorar os perigos de uma conexão excessiva e suas consequências na sociedade[1][3].
O novo título traz uma experiência mais leve e até divertida, algo incomum para o estilo tradicionalmente denso e contemplativo de Kojima. Death Stranding 2 é descrito como um jogo que celebra a vida, a presença física e o reencontro com amigos e familiares em um mundo cada vez mais hostil. Essa faceta mais alegre contrasta com o tom melancólico do primeiro jogo e é parte do empenho do autor em criar algo gostoso de jogar e que funcione como um bálsamo para a alma do jogador, propondo uma jornada humana e emocionalmente rica[1].
A narrativa carrega também simbolismos sutis na sua arte, como a mudança no design do logo, que nas duas obras reflete o tema central das conexões. Enquanto o logo do primeiro jogo mostrava fios pendendo para baixo, simbolizando a criação dessas ligações, o de Death Stranding 2 tem os fios que correm em direção ao nome, questionando se deveríamos ter nos conectado, uma alusão direta à reflexão proposta no jogo[3].
No Brasil, a repercussão de Death Stranding 2 foi marcada por um caloroso acolhimento, especialmente durante a passagem de Hideo Kojima pela Brasil Game Show em São Paulo. Lá, Kojima encontrou sua réplica direta — um sósia brasileiro — e até curiosas representações em bolo do próprio Kojima e do personagem principal Sam, interpretado por Norman Reedus. Esses momentos evidenciam a forte conexão cultural e a paixão da comunidade gamer brasileira pelo trabalho do diretor, além da criatividade em eventos que celebram a arte dos games[2].
A jogabilidade do título fez avanços significativos, beneficiando-se do salto da geração PS4 para PS5, aprimorando a experiência imersiva e o design para refletir tanto a evolução técnica quanto a revisitação temática que a pandemia estimulou em Kojima. O jogo combina elementos de narrativa profunda, mecânicas inovadoras e um apelo emocional que conecta os jogadores a discutir a própria natureza da conexão humana em uma era pós-pandêmica[3].
Death Stranding 2 emerge, portanto, não apenas como uma continuação de uma franquia, mas como uma obra que dialoga diretamente com os impactos sociais e emocionais da pandemia, propondo uma experiência única que mistura diversão, humanidade e introspecção em um cenário desafiador. É um convite para refletir sobre como as conexões que construímos influenciam a nossa sobrevivência e o futuro coletivo.
