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Imagine encontrar mais de 2 mil computadores guardados por mais de duas décadas em um celeiro, ainda em suas caixas originais e funcionando perfeitamente. Essa é a história incrível dos computadores Nabu, fabricados em 1983 pela empresa canadense Nabu, que foram descobertos recentemente em Massachusetts, nos Estados Unidos. Esses computadores representam uma das primeiras tentativas de oferecer acesso a uma rede que, na época, funcionava por meio de um serviço de TV a cabo, uma espécie de precursor da internet de alta velocidade como conhecemos hoje.
O sistema Nabu era inovador para a época pois o computador não possuía disco rígido e dependia totalmente da conexão com o servidor via cabo para funcionar e armazenar dados. Era necessário ter um adaptador especial e ser assinante do serviço de TV a cabo para usar essas máquinas, que traziam um processador Zilog Z80 a 3,58 MHz, 64 KB de RAM e componentes de vídeo e som avançados para os anos 80. Apesar da tecnologia promissora, o produto não teve sucesso comercial e ficou restrito principalmente ao mercado canadense.
O curioso é que James Pellegrini, um engenheiro, comprou em meados dos anos 80 um lote com mais de 2.200 desses computadores, originalmente com a intenção de desenvolver um sistema semelhante a uma central telefônica para empresas. Entretanto, esse projeto não se concretizou e os dispositivos acabaram sendo armazenados por 23 anos no celeiro de um vizinho. O peso total de cerca de 22 toneladas chegou a causar problemas na estrutura do celeiro, o que motivou Pellegrini a vender as máquinas, inicialmente por preços acessíveis no Craigslist e depois no eBay, onde logo chamaram a atenção de entusiastas da tecnologia retrô.
Este episódio ganhou repercussão na internet e entre colecionadores justamente por preservar uma peça rara da história da computação doméstica, um equipamento que anteviu conceitos essenciais para a conectividade atual. A descoberta dessas máquinas somada ao contexto de seu funcionamento destaca como a tecnologia avançou em tão pouco tempo, além de mostrar como projetos visionários podem ser esquecidos, mas resgatados graças à internet e à paixão pelos dispositivos vintage.
Para os interessados em tecnologia, história da computação ou colecionadores, essa é uma oportunidade única de conhecer de perto um pioneiro da era dos computadores conectados. Além disso, o caso ilustra a importância da preservação e do resgate de equipamentos antigos, que ajudam a compreender as origens das ferramentas digitais que transformam nosso cotidiano. Portanto, essa descoberta não é apenas um episódio curioso, mas um convite para refletir sobre inovação, evolução tecnológica e a valorização do patrimônio digital.
