Hideo Kojima esclareceu recentemente um possível mal-entendido sobre o significado de Death Stranding 2 e suas obras em geral, reforçando a complexidade e a profundidade de suas criações. Em entrevista, ele explicou que, enquanto o primeiro jogo abordava o tema da conexão humana em um mundo fragmentado, com a pandemia de COVID-19 e as mudanças sociais que ela trouxe, ele revisitou esses conceitos para o desenvolvimento da sequência, Death Stranding 2: On the Beach. A ideia central dessa continuação é questionar se deveríamos mesmo estar tão conectados, refletindo as nuances e os perigos do excesso de conexão em nossa era digital[2][4].
Death Stranding 2 explora essa dualidade por meio da metáfora do bastão e da corda. No primeiro jogo, a corda simbolizava o laço que une as pessoas, um instrumento para conectar e apoiar. Já na sequência, Kojima introduz o bastão, que representa a evolução da humanidade para algo mais ambíguo — um objeto que pode servir como instrumento de defesa ou ataque, remetendo à ambivalência das relações humanas e da tecnologia. Essa mudança sugere que a evolução das conexões pode trazer tanto união quanto conflito, e isso é refletido nas novas mecânicas de combate, furtividade e nas escolhas do jogador que influenciam o desenrolar da história[3].
A narrativa de Death Stranding 2 se passa principalmente na Austrália, onze meses após os eventos do primeiro jogo, em um mundo pós-apocalíptico marcado por criaturas misteriosas e isolamento. Sam Porter Bridges retoma sua missão de conectar colônias e sobreviventes a uma rede de comunicação chamada Chiral Network, que simboliza a internet — o sistema que, durante a pandemia, se tornou vital para manter as pessoas ligadas mesmo na distância física. Kojima usou sua experiência durante a crise sanitária para reimaginar o jogo, incluindo temas sobre a sobreconexão e o isolamento emocional causados pelas tecnologias digitais[5][2][4].
Além da reformulação temática, Death Stranding 2 também apresenta avanços técnicos significativos graças ao salto para PlayStation 5, com melhorias no design de jogos, na imersão, e na complexidade das interações dos jogadores com o ambiente e personagens. Kojima também se mantém fiel ao compromisso de criar obras que instiguem reflexões profundas, mesclando gameplay inovador com narrativas carregadas de simbolismo, filosofia e crítica social[4][6].
Em suma, Death Stranding 2 não é apenas uma continuação de uma franquia única; é um convite para pensar nas relações humanas, na evolução tecnológica e nas escolhas que fazemos sobre estar próximos ou distantes, tanto física quanto emocionalmente. O diretor reforça que seu trabalho vai além do entretenimento, buscando inspirar debates e questionamentos sobre o mundo contemporâneo e o futuro da humanidade[2][3][4][6].
